segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O guia-intérprete


O guia-intérprete



O guia-intérprete é o profissional que domina diversas formas de comunicação utilizadas pelas pessoas com surdocegueira.

Sua formação específica do guia-intérprete lhe permite transmitir a mensagem, contextualizar e guiar a pessoa com surdocegueira.

 Na transmissão da mensagem, o guia-intérprete pode realizar um trabalho de transliteração ou interpretação. No caso da transliteração, o guia-intérprete recebe a mensagem em determinada língua e transmite à pessoa com surdocegueira na mesma língua, porém usando a forma de comunicação acessível a essa pessoa, por exemplo, o guia-intérprete ouve a mensagem em língua portuguesa e a transmite em braille tátil. Diferentemente da situação de interpretação, quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma língua e deve transmiti-la em outra língua, por exemplo, o guia-intérprete ouve a mensagem em língua portuguesa e a transmite em libras tátil.

Na contextualização, o guia-intérprete descreve o que ocorre no ambiente, as pessoas e os fatos. Isso inclui toda a informação que seja relevante para a compreensão da situação em que a pessoa com surdocegueira está inserida, como por exemplo, quem está presente, sua localização, inclusive expressões faciais, corporais e flexões de voz, pois apenas a transmissão da mensagem falada não é suficiente para atender as necessidades comunicativas da pessoa com surdocegueira para que ela possa compreender e participar integralmente da situação comunicativa.

Conforme Maria Margarita Rodriguez, 2009, “El guía-intérprete además de ser um facilitador linguístico y cultural entre usuários de diferentes lenguas o sistemas comunicativos, ayuda a conectar a la persona con sordoceguera con su entorno, actuando como sus ojos y sus oidos. De esta manera él promueve la integración y participación independiente de la persona sordociega en su entorno.”

A função de guia proporciona que as pessoas com surdocegueira se locomovam com segurança nas mais diversas situações, como, por exemplo, andar, subir escadas, caminhar em espaços estreitos, entrar e sair de carros ou transportes coletivos, usar portas e outros. Isso é feito utilizando as técnicas de orientação e mobilidade do guia vidente, que no caso de pessoas com surdocegueira, passam por algumas adaptações.

O guia-intérprete utiliza essas habilidades em locais variados intermediando o contato entre a pessoa com surdocegueira, outras pessoas e o ambiente.
Conforme a gravidade das perdas auditivas e visuais de cada pessoa com surdocegueira, ela terá a necessidade ao acesso do serviço de guia-interpretação em maior ou menor número de ocasiões, que podem incluir: reuniões, palestras, consultas, compras, viagens, alimentação, atividades em ambientes de trabalho e escola e outras. Se o guia-intérprete for eficiente, a pessoa com surdocegueira terá acesso a muitos ambientes, atividades e pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário