O
guia-intérprete
O guia-intérprete é o profissional que domina
diversas formas de comunicação utilizadas pelas pessoas com surdocegueira.
Sua formação específica do
guia-intérprete lhe permite transmitir a mensagem, contextualizar e guiar a
pessoa com surdocegueira.
Na transmissão da mensagem, o guia-intérprete
pode realizar um trabalho de transliteração ou interpretação. No caso da
transliteração, o guia-intérprete recebe a mensagem em determinada língua e
transmite à pessoa com surdocegueira na mesma língua, porém usando a forma de comunicação
acessível a essa pessoa, por exemplo, o guia-intérprete ouve a mensagem em
língua portuguesa e a transmite em braille tátil. Diferentemente da situação de
interpretação, quando o guia-intérprete recebe a mensagem em uma língua e deve
transmiti-la em outra língua, por exemplo, o guia-intérprete ouve a mensagem em
língua portuguesa e a transmite em libras tátil.
Na contextualização, o
guia-intérprete descreve o que ocorre no ambiente, as pessoas e os fatos. Isso
inclui toda a informação que seja relevante para a compreensão da situação em
que a pessoa com surdocegueira está inserida, como por exemplo, quem está
presente, sua localização, inclusive expressões faciais, corporais e flexões de
voz, pois apenas a transmissão da mensagem falada não é suficiente para atender
as necessidades comunicativas da pessoa com surdocegueira para que ela possa
compreender e participar integralmente da situação comunicativa.
Conforme Maria
Margarita Rodriguez, 2009, “El guía-intérprete además de ser um facilitador linguístico
y cultural entre usuários de diferentes lenguas o sistemas comunicativos, ayuda
a conectar a la persona con sordoceguera con su entorno, actuando como sus ojos
y sus oidos. De esta manera él promueve la integración y participación
independiente de la persona sordociega en su entorno.”
A função de guia proporciona que as pessoas
com surdocegueira se locomovam com segurança nas mais diversas situações, como,
por exemplo, andar, subir escadas, caminhar em espaços estreitos, entrar e sair
de carros ou transportes coletivos, usar portas e outros. Isso é feito
utilizando as técnicas de orientação e mobilidade do guia vidente, que no caso
de pessoas com surdocegueira, passam por algumas adaptações.
O guia-intérprete utiliza essas habilidades
em locais variados intermediando o contato entre a pessoa com surdocegueira,
outras pessoas e o ambiente.
Conforme a gravidade das perdas auditivas e visuais de
cada pessoa com surdocegueira, ela terá a necessidade ao acesso do serviço de
guia-interpretação em maior ou menor número de ocasiões, que podem incluir:
reuniões, palestras, consultas, compras, viagens, alimentação, atividades em
ambientes de trabalho e escola e outras. Se o guia-intérprete for eficiente, a
pessoa com surdocegueira terá acesso a muitos ambientes, atividades e pessoas.
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