quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sintaxe em LIBRAS - estruturação das sentenças em LIBRAS

Costuma-se pensar que as sentenças da LIBRAS são completamente diferentes do ponto de vista estrutural daquelas do português. Realmente, no que diz respeito à ordem das palavras ou constituinte, há diferenças porque o português é uma língua de base sujeito-predicado enquanto que a LIBRAS é uma língua do tipo tópico-comentário.
Nas sentenças do português, a ordem predominante é: sujeito (S)-verbo(V)-objeto (O), normalmente chamada de SVO. Assim, as sentenças se estruturam da seguinte maneira:

O leão matou o urso.
S V O
sujeito predicado

Todos os meninos gostam de futebol
S V O
sujeito predicado

Nestas sentenças, além da concordância sujeito-predicado que determina quem faz o que no evento descrito pelo verbo da sentença, a ordem também é significativa porque senão não saberíamos qual é o sujeito da primeira sentença “o leão matou o urso” porque tanto o constituinte “o leão” quanto o constituinte “o urso” podem concordar com o verbo. Então, se alterássemos a ordem dos constituintes acima “o urso matou o leão”, o sujeito deixaria de ser “o leão” para ser “o urso”. Além do mais, há o aspecto semântico dos constituintes e do verbo que permite que tanto um quanto outro constituinte seja o sujeito de “matar”, isto é, aquele que mata.

Este não é o caso da segunda sentença onde o significado dos constituinte “todos os meninos” e “futebol” não dá margem às duas possibilidades acima. Além do mais, a concordância sujeito-predicado nesta segunda sentença fica ressaltada pelo fato de incluírem a marca de plural enquanto que o segundo constituinte “futebol” está no singular. Neste caso, a ordem é menos relevante para se saber a função gramatical e o papel semântico dos dois constituintes.

Entretanto, a primeira sentença poderia ter o seu último constituinte deslocado para a frente da sentença através de operações como por exemplo a topicalização:

O urso, o leão matou ou Ao urso o leão matou
tópico comentário tópico comentário

Note-se, porém, que nos dois casos houve necessidade de apelo a mecanismos inusuais do tipo entoação e uso da preposição “a”. Nestes casos, “o urso” continua sendo o objeto direto de “matar” e “o leão”, o seu sujeito, apesar de termos a topicalização do objeto, isto é, apesar do objeto direto ser o tópico da sentença e o sujeito e o verbo serem o comentário do tópico.

A topicalização é relativamente frequente em português, principalmente, na fala coloquial. Entretanto, em LIBRAS, a frequência é maior, diríamos até que é regra geral.

Em estudos anteriores, dissemos que a ordem preferencial das sentenças da LIBRAS era SVO quando não havia topicalização ou verbos com flexão ou direcionais. Porém, estudos mais aprofundados, apesar de não desmentirem o que dissemos, mostraram que a topicalização é muito mais frequente do que se pensa à primeira vista em LIBRAS. A ordem tópico-comentário é realmente a preferida quando não há restrições que impeçam certos constituintes de se deslocarem. Porém, um grande número de sentenças sempre aparece na ordem SVO. Vejamos os exemplos:

VOCÊ LER JORNAL você leu o jornal?)
S V O
NÃO-ENXERGAR VOCÊ eu não vi você)
V O

Nestas duas sentenças, a ordem é SVO, isto é, sujeito-verbo-objeto. O sujeito da segunda sentença é omitido, é um argumento implícito, porque a, em LIBRAS, assim como em português, o sujeito em geral é pressuposto pelo contexto ou, quando referindo-se à primeira pessoa é sempre pressuposto como conhecido pelo interlocutor. Assim, se no contexto não está evidente que uma outra pessoa além da primeira deve ser o sujeito, este será a primeira pessoa. Então, apesar de estarem explícitos apenas o verbo e o objeto da segunda sentença, sabemos que a ordem é SVO. Estes dados reafirmam nossos estudos anteriores, assim como o fato de que quando temos um verbo flexionado na sentença a ordem é muito restrita.

Verbos com flexão com VER, AVISAR, RESPONDER, PERGUNTAR, AJUDAR são verbos em que a ordem vai ser sempre SVO. Note-se que não estamos distinguindo aqui objeto direto de objeto indireto porque, em recentes estudos em linguística, há a proposta de considerarmos os complementos sem preposição como objetos e os com preposição como objetos oblíquos. Em exemplos com os verbos acima, podemos notar a restrição quanto à ordem porque o sujeito e o objeto não aparecem na forma de constituintes separados dos verbos, mas sim na forma de flexão do próprio verbo através da direcionalidade de seu movimento, um vetor, cujo ponto de origem refere-se ao sujeito e cujo ponto final refere-se ao objeto. É a direcionalidade com esses dois pontos que é chamada flexão verbal. Vejamos os exemplos:

1a RESPONDER 2a (=eu respondi a você)
3a PERGUNTAR 1a VERDADE (=ele perguntou a mim a verdade)
VERDADE 3a PERGUNTAR 1a (=a verdade ele perguntou a mim)
1a VER 2a (=eu vi você)
MYRNA 3a AVISAR 3a SERGIO (=Myrna, ela avisou ele, Sergio)
2a AJUDAR 3a - você-ajudar-ela (=você a ajudou)

Como se pode observar, nestes exemplos, o primeiro referente é sempre o sujeito porque é representado pela marca que inicia o verbo e o outro referente não verbal é o que é marcado pela marca final do verbo ou o ponto final do seu movimento, o que resulta na ordem Sujeito- Verbo-Objeto (direto e indireto). O terceiro exemplo acima apresenta uma topicalização do objeto direto o que faz com que a ordem seja Objeto dir.- Sujeito - Verbo - Objeto ind.
Na maioria dos casos, entretanto, a LIBRAS parece preferir, como já dissemos, a topicalização e o verbo no final da sentença como nos exemplos abaixo:

PESQUISAR ELA NÃO-GOSTAR (=pesquisar, ela não gosta)
tópico comentário

RUA ACIDENTE NÃO-ENXERGAR (=o acidente na rua eu não vi)
tópico comentário

CAFÉ AÇÚCAR NÃO-Y (= açúcar no café (ela) não pôs)
tópico comentário

COWBOY CLASSIFICADORES


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

4ª Edição do Miss Surda Brasil 2015

Olá galera, já estão a venda os ingressos para a 4ª Edição do Miss Surda Brasil 2015 Corram e comprem seus ingressos e confiram a linda festa com decoração inédita, Com os melhores cerimonialistas. Será uma noite memorável, no qual celebraremos e coroamos aquela que será a nossa representante Brasileira Surda.

Ofereceremos como ENTRADA um delicioso COQUETEL com diversos salgados finos, sendo salgados de forno e folheados, sem esquecer os saborosos canapés finíssimos para pessoas de gosto refinado.

Em seguida será oferecido o SERVIÇO DE FLINGER-FOOD, Gratin de Carne de Sol, Risoto da Pêra c/ Gorgonzola, Cream Bruleê, BEBIDAS, Sucos, Refrigerantes normais e diets, Coquetel e água mineral, SOBREMESA, Creme de abacaxi.
O evento será realizado no resplendoroso 5 estrela ILMAR GOURMET, Rua Luiza Miranda Coelho, 1111.

Não deixe de participar! Sua presença é importantíssima para todos os clicks e filmagens dessa belíssima e magnifica comemoração.

Venha viver essa emoção!

Com a presença ilustre da nossa Miss Surda Brasil2014, Isabel Maia

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Preparatório para o Prolibras

1.Considerando a Língua de Sinais como língua natural dos surdos e partindo desse
pressuposto para o ensino da língua escrita, qual concepção é uma proposta de ensino
que possibilita o acesso às duas línguas no contexto escolar? Marque a opção correta:

a) Alfabeto digital e bimodalismo.
c) Bimodalismo.
b) Comunicação total. 
d) Bilinguismo.


2. As línguas de sinais apresentam casos de incorporação de argumento. Esse processo é muito frequente na Língua Brasileira de Sinais, devido às características espaciais e icônicas dos sinais. Qual das alternativas é um exemplo dessa incorporação de argumento?

a) Sair, entrar.
b) Ir, voltar.
c) Pular, brincar.
d) Tomar, beber


3. Para expressar nome de pessoas, localidades, além de palavras que não possuem
sinal, utiliza-se na língua de sinais o alfabeto manual, denominando na forma de
(Marque a opção correta)

a) Datilografia.
b) Digitalização.
c) Datilologia.
d) Taquigrafia.


4. Em língua de sinais o ponto de articulação é utilizado para diferenciar a forma assumida pela mão, criando no momento da articulação outro sentido na comunicação.
Marque a opção incorreta a essa afirmativa:

a) Distingue uma unidade fonológica.
b) Cria outras unidades fonológicas.
c) Depende da área do corpo para articular o sinal.
d) Dificulta a compreensão do sinal.



5. A Língua de Sinais não se constitui simplesmente de mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. É uma língua com estruturas gramaticais próprias. Atribui-se às Línguas de Sinais o de línguas, porque elas também são compostas pelos níveis linguísticos:

A) fonológico, morfológico, sintático, semântico.
B) gramática, fonológico, datilológico, sintático.
C) fonológico, morfológico, anafórico, pragmático.
D) sintático, fonológico, datilológico, anafórico.
E) fonológico, morfológico, sintático, pragmático.


6. Para expressar nome de pessoas, localidades, além de palavras que não possuem
sinal, utiliza-se na língua de sinais o alfabeto manual, denominando na forma de:
(Marque a opção correta)
a) Datilografia.
b) Digitalização.
c) Datilologia.
d) Taquigrafia.


7. A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa. As Línguas de Sinais não são universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais, que sofre as influências da cultura nacional. Como qualquer outra língua, ela também possui expressões que diferem de região para região (os regionalismos), o que a legitima ainda mais como língua. Essa afirmação é:
C ou E.


8. Em língua de sinais o ponto de articulação é utilizado para diferenciar a forma assumida pela mão, criando no momento da articulação outro sentido na comunicação.
Marque a opção incorreta a essa afirmativa:

a) Distingue uma unidade fonológica.
b) Cria outras unidades fonológicas.
c) Depende da área do corpo para articular o sinal.
d) Dificulta a compreensão do sinal.


9. As línguas de sinais são sistemas linguísticos independentes das línguas orais.
Quanto à Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS é incorreto afirmar:
a) São sistemas abstratos com regras próprias.
b) Possui diferença na modalidade que determina o uso de mecanismos sintáticos específicos.
c) A omissão dos sujeitos não é observada na Língua Brasileira de Sinais, somente na língua
oral.
d) Apresenta processo de incorporação de argumento devido características espaciais e
icônicas dos sinais.


10, Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente entre significante e referente.
Durante muito tempo, afirmou-se que as línguas de sinais não eram línguas, por serem icônicas, não representando, portanto, conceitos abstratos. Isto não é verdade, pois, em língua de sinais, tais conceitos também podem ser representados, em toda sua complexidade. Na língua de sinais, existem aqueles que NÃO mantêm nenhuma semelhança com o dado da realidade que representam, denominando-se sinais:

A) faciais.
B) icônicos.
C) compostos.
D) simples.
E) arbitrários.


11. Em língua de sinais há cinco parâmetros que define a estrutura da língua. Um desses é a configuração de mãos. Marque a alternativa que melhor define essa configuração:

a) Formam um conjunto de unidades não fonológicas da língua de sinais.
b) É um movimento realizado pelas mãos direcionando-a ao corpo.
c) São formas de expressar objetos e trajetórias.
d) São as formas combinatórias das mãos que compõe a estrutura do sinal.


12. O intérprete de língua de sinais é o profissional que domina a língua de sinais e a língua falada do país, sendo qualificado para desempenhar esta função.
Essa atividade envolve um ato cognitivo-linguístico, um processo em que o intérprete está diante de pessoas que apresentam intenções comunicativas específicas e que utilizam línguas diferentes. O intérprete está completamente envolvido, com poder completo para influenciar o objeto e o produto da interpretação na interação comunicativa:

A) social e cultural.
B) cognitiva e cultural.
C) afetiva e cognitiva.
D) social e cognitiva.
E) linguística e cultural.


13 De acordo com a Lei Federal nº 10.436 de 24 de abril de 2002, a Língua Brasileira de
Sinais – LIBRAS é reconhecida como língua oficial da comunidade surda. Todas as
opções estão corretas, exceto:

a) A LIBRAS substituirá a modalidade escrita da língua portuguesa.
b) A LIBRAS é uma forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico é de
natureza viso – espacial.
c) A LIBRAS é constituída de estrutura gramatical própria.
d) A LIBRAS constitui o sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos nas comunidades
surdas do Brasil.


15. Os professores de surdos não são intérpretes de língua de sinais. Na verdade, os professores são professores, e os intérpretes são intérpretes. Cada
profissional desempenha sua função e seu papel, que se diferenciam imensamente. O professor de surdos deve saber e utilizar muito bem a língua de sinais, mas isso não implica ser intérprete de língua de sinais. O professor tem o papel fundamental associado ao ensino e, portanto, completamente inserido no processo interativo:

A) linguístico, cognitivo e social.
B) social, cultural e linguístico.
C) afetivo, linguístico e cognitivo.
D) social, cultural e cognitivo.
E) afetivo, cultural e social.


16. Os classificadores funcionam como parte dos verbos em uma sentença, sendo chamados verbos de movimento ou de localização, indicando o objeto que se move ou é localizado. Os classificadores são representados por configurações específicas de mãos ligadas às expressões corpo faciais, logo, nada têm em comum com mímicas. O classificador é um feitio que estabelece um tipo de concordância em que as configurações de mãos funcionam como marcadores de concordância, quando estes se referem a:

A) pessoa, animal e verbos.
B) pessoa, gênero e animal.
C) objetos, adjetivos e pessoa.
D) pessoa, animal e objetos.
E) animal, gênero e adjetivos.


19. O sinal é formado da combinação do movimento das
mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo esse lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente do corpo. Essas articulações das mãos são chamadas de parâmetros. Dos cincos parâmetros existentes, um deles diz respeito ao ponto de articulação. Assinale a resposta correspondente a esse parâmetro.

A) É o movimento que explora várias direções, durante a realização de um sinal.
B) O lugar onde incide a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma parte do
corpo ou estarem um espaço neutro vertical.
C) É a forma que a mão assume durante a realização de um sinal.
D) Os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de oposição, contrário ou concordância número-pessoal.
E) Tem como traço diferenciador também a importância para o entendimento real do sinal.


20. O papel do intérprete em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes, como em qualquer contexto
tradutório, sendo uma atividade humana, e que exige do profissional estratégias mentais na arte de transferir o contexto, a mensagem de um código linguístico para outro. Sobre sua postura, o intérprete deve conscientizar-se de que ele não é o professor e, em situações pedagógicas, não poderá resolver limitando-se à função de sua área, que é:

A) mediadora.
B) transdutora.
C) apoiadora.
D) comunicativa.
E) articuladora.


21. As línguas de sinais não constituem um sistema linguístico universal. Cada país tem a sua própria língua, produto das condições culturais de cada comunidade, sendo, portanto, uma construção:

A) linguística e cultural.
B) cultural e social.
C) histórica e social.
D) histórica e cultural.
E) linguística e social.


22. Dos cumprimentos abaixo, qual melhor representa um rítmico:

a) T-C-H-A-U 
b) O-I
c) O-L-Á
d) F-U-I




23. Considerando, ainda, os aspectos Linguísticos da Língua Brasileira de Sinais, marque a opção que NÃO pode ser considerado como parâmetros de um sinal.

a) Configuração da mão.
b) Orientação da palma da mão.
c) Espacialidade.
d) Locação.
e) Movimento

24. Sobre o alfabeto manual, marque a alternativa errada:

a) É usado para representar nome de pessoas ou localidades.
b) É igual em todas as línguas de sinais principalmente no continente a Americano.
c) É um código assim como o braile.
d) Algumas letras do alfabeto manual da Libras terão movimento e outras não.

25. Quais parâmetros se repetem nos sinais: CONHECER; PERDOAR; EXEMPLO?

a) Expressão corporal e Configuração das Mãos.
b) Ponto de articulação e Movimento.
c) Ponto de Articulação e Expressão corporal.
d) Configuração das Mãos e Movimento.

26. Há uma clara diferença entre ensinar Língua de Sinais a ouvintes ou a
pessoas com surdez. No caso do ensino de Libras para alunos ouvintes, o tradutor/ intérprete poderá mediar a comunicação entre os alunos ouvintes e o professor com surdez no ensino teórico da Libras.

O ensino prático caberá ao professor de:
a) Libras.
b) Fonoaudiologia
c) Português
d) Tradução.


27. Os classificadores funcionam como parte dos verbos em uma sentença, sendo chamados verbos de movimento ou de localização, indicando o objeto que se move ou é localizado. Os classificadores são representados por configurações específicas de mãos ligadas às expressões corpo faciais, logo, nada têm em comum com mímicas. O classificador é um feitio que estabelece um tipo de concordância em que as configurações de mãos funcionam como
marcadores de concordância, quando estes se referem a:

A) pessoa, animal e verbos.
B) pessoa, gênero e animal.
C) objetos, adjetivos e pessoa.
D) pessoa, animal e objetos.
E) animal, gênero e adjetivos.

28. A Língua Brasileira de Sinais é uma língua natural usada pela maioria
dos surdos do Brasil. Diferente de todos os idiomas já conhecidos, que são orais e auditivos, a libras é visual-gestual. A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais:

a) Inglesa
b) Alemã
c) Argentina
d) Francesa

29. No espaço escolar utilizamos o bilinguismo. O suporte linguístico para
este modelo educacional é o de estabelecer um comportamento bilíngue para as crianças atendidas. Nesses casos chamamos a língua de sinais e a língua portuguesa como:

a) Língua inicial (LI) e segunda língua (L2)
b) Língua mestre (LM) e língua original (LO)
c) Primeira língua (L1) e segunda língua (L2)
d) Língua secundária (L1) e língua primária (L2)

30. A acessibilidade, aceitação das diferenças e um currículo multicultural
crítico, são elementos fundamentais da escola para definir-se como inclusiva. Em 1994, uma declaração proclama que as escolas regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que alunos com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras”. Isto foi definido na(o):

a) Declaração de Salamanca
b) Secretaria Mundial de Educação
c) Declaração de Singapura
d) Encontro Nacional de Diretrizes e Bases


31. No que difere as línguas orais e as de sinais?

a) Quanto à forma como as combinações das unidades são construídas.
b) As línguas de sinais, de uma maneira geral, não incorporam as unidades simultaneamente.
c) As línguas orais não tendem a organizar as unidades sequencialmente/linearmente.
d) O canal em que as línguas de sinais se estruturam é o vocal-auditivo.
e) O canal em que as línguas orais se estruturam é o visual-gestual.


32. O livro: O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos – Brasília: MEC; SEESP, 2004, apresenta alguns modelos de tradução e interpretação. Marque a alternativa INCORRETA, considerando esses modelos.

a) No Modelo Interpretativo, o intérprete deve entender as palavras e sinais para expressar seus significados corretamente na língua alvo. Interpretar é passar o sentido da mensagem da língua fonte para a língua alvo.
b) No Modelo Comunicativo, a mensagem é codificada para a transmissão. O código pode ser o português, a língua de sinais ou qualquer outra forma de comunicação. A mensagem não é transmitida através de um canal e quando é recebida é codificada. Não existe ruído na comunicação. O intérprete assume qualquer responsabilidade pela interação ou dinâmica de comunicação.
c) No Modelo Sociolinguístico, o aspecto fundamental do processo de tradução e interpretação baseia-se nas interações entre os participantes. O intérprete deve reconhecer o contexto, os participantes, os objetivos e a mensagem.
d) No Modelo do Processo de Interpretação os componentes fundamentais são: a análise da mensagem fonte e a composição da mensagem alvo.
e) No Modelo Bilíngue e Bicultural há uma consideração especial quanto à postura do intérprete e seu comportamento em relação às línguas e culturas envolvidas.

33. A formação de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de

I. Cursos de educação profissional.
II. Cursos de extensão universitária.
III. Cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.
Marque a opção que apresenta a(s) afirmativa(s) CORRETA(S).

a) I – II.
b) I – III.
c) II – III.
d) I – II – III.
e) III.

34. De acordo com o Código de ética, analise os deveres fundamentais do intérprete e assinale (V) para as VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
( ) O intérprete deve ser uma pessoa de alto caráter moral, honesto, consciente, confidente e de equilíbrio emocional. Ele guardará informações confidenciais e não poderá trair confidências, as quais foram confiadas a ele.
( ) O intérprete deve manter uma atitude parcial durante o transcurso da interpretação, podendo interferir e dá opiniões próprias, principalmente quando requerido pelo grupo a fazê-lo.
( ) O intérprete deve interpretar com o melhor da sua habilidade, transmitindo o pensamento, a intenção e o espírito do palestrante da forma como os percebeu.
( ) O intérprete deve reconhecer seu próprio nível de competência e ser prudente em aceitar tarefas, procurando assistência de outros intérpretes e/ou profissionais, quando necessário, especialmente em palestras técnicas.
( ) O intérprete deve manter a dignidade da profissão, adotar uma conduta adequada de se vestir, chamando atenção indevida sobre si mesmo, durante o exercício da função.
Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.
a) V – F – V – F – V.
b) V – F – F – V – F.
c) V – F – V – V – F.
d) F – V – V – F – V.
e) F – F – V – F – F.


35. Na atuação do Tradutor e Intérprete Educacional, há vários problemas de ordem ética que acabam surgindo em função do tipo de intermediação que acaba acontecendo em sala de aula. Entre eles, marque a opção INCORRETA.

a) O intérprete acaba sendo sobrecarregado, pois nunca assume todos os papéis delegados por parte dos professores e alunos.
b) O papel do intérprete em sala de aula acaba sendo confundido com o papel do professor.
c) Os alunos dirigem questões diretamente ao intérprete e não com o professor.
d) O próprio professor delega ao intérprete a responsabilidade de assumir o ensino dos conteúdos desenvolvidos em aula.
e) O professor consulta o intérprete a respeito do desenvolvimento do aluno surdo, como sendo ele a pessoa mais indicada a dar um parecer a respeito.


36. Marque a opção INCORRETA em relação ao papel do intérprete de Libras.

a) Interpretar e traduzir a mensagem de uma língua para outra (Libras e Português) de forma precisa, permitindo a comunicação entre as duas culturas distintas.
b) Intermediar a comunicação entre o surdo e o ouvinte proficiente em Libras.
c) Intermediar a interação comunicativa entre o surdo e a pessoa que não usa a Libras.
d) Interpretar todas as informações que estão sendo discutidas, em situação comunicativa surdo/ouvinte.
e) Interpretar todas as informações com base nas suas competências para poder transmiti-las na língua alvo na comunicação entre surdo e ouvinte.

37. Na perspectiva da educação inclusiva, em relação ao aluno surdo, o intérprete e o professor, podemos considerar como INCORRETO

a) O aluno surdo possui língua e cultura diferente daquela que o professor está acostumado a lidar. Tem, por lei, o direito de ser incluído em sala e escola de ensino regular.
b) O intérprete de Libras serve de canal comunicativo entre os surdos e as pessoas que lhes cercam.
c) O intérprete será o modelo pedagógico para os alunos surdos.
d) O professor deve ter sua preocupação voltada para o conteúdo, a disciplina, o saber e o conhecimento.
e) O intérprete deve manter a imparcialidade na sua atuação profissional e desenvolver uma relação sadia com os surdos e o corpo docente.

38. De acordo com o tipo de surdez, a inclusão do aluno surdo se dará de forma diferente. Assim, enumere a coluna “B” pela coluna “A”

COLUNA A
I. Surdez leve e moderada.
II. Surdez severa ou profunda.

COLUNA B
( ) A língua portuguesa é a língua de instrução.
( ) A língua instrucional para o desenvolvimento curricular deve ser a língua de sinais.
( ) A presença de um professor surdo adulto na escola proporcionará à criança a aquisição da LIBRAS e o desenvolvimento do processo de identificação com seu semelhante.

Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.
a) I – I – I.
b) II – II – II.
c) II – I – I.
d) II – II – I.
e) I – II – II.

39. Em relação aos métodos oralistas, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para as VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS.
( ) Buscavam estratégias de ensino que poderiam transformar em realidade o desejo de ver os sujeitos surdos falando e ouvindo.
( ) A proposta educacional não era direcionada para a reabilitação de fala aos sujeitos surdos.
( ) Os órgãos governamentais davam enormes verbas para a aquisição de equipamentos que pudessem potencializar os restos auditivos.
( ) Houve projetos de formação de professores leigos, que muitas vezes faziam o papel de fonoaudiólogos, para reabilitar a fala dos sujeitos surdos.
Marque a opção que apresenta a sequência CORRETA.
a) F – V – F – V.
b) F – F – V – V.
c) V – V – V – V.
d) V – F – V – V.
e) V – F – F – V.

 40. Em relação à educação de surdos, historicamente, marque a opção INCORRETA.

a) Na antiguidade, os sujeitos surdos eram considerados “anormais”, com algum tipo de atraso de inteligência.
b) Para a sociedade antiga, para ser considerado “normal” era preciso falar e ouvir para ser aceito, então os sujeitos surdos eram excluídos da vida social e educacional, não havia escolas para os sujeitos surdos e existiam muitas leis que não acreditavam na capacidade de surdos.
c) Na Roma antiga, os recém nascidos que apresentavam imperfeições físicas eram sacrificados. Este destino se aplicava também aos bebês surdos, pois era fácil se diagnosticar a surdez logo ao nascerem.
d) Por volta de 753 a.C., o fundador de Roma, o imperador Rômulo, decretou uma lei onde todos os recém-nascidos que fossem incômodos para o Estado deveriam ser mortos até aos três anos. Então, por isso, muitos surdos não conseguiam fugir deste destino bárbaro.
e) Além de serem sacrificados, os sujeitos surdos eram também marginalizados do convívio social, eram isolados, eram presos em celas e calabouços, asilos e hospitais, ou feitos de escravos.


41. Segundo Brito (1995), os principais parâmetros fonológicos da Língua de Sinais Brasileira são:

A) Configuração de Mão, Ponto de Articulação, Movimento, Orientação da Mão e
Expressão Facial.
B) Altura, Orientação da Mão, Ponto de Articulação e Configuração de Mão.
C) Ponto de Articulação, Configuração de
Mão e Movimento.
D) Movimento, Altura, Tensão e Ponto de
Articulação.
E) Altura, Movimento e Ponto de Articulação.


42. Considerando que a concepção sócio-an-tropológica implica em outra forma de entendimento da surdez e das pessoas surdas, entendendo-as como um grupo minoritário que necessita de uma cultura visual para entendimento e apreensão do mundo (o que se traduz pelo reconhecimento e utilização da língua de sinais pelas pessoas que trabalham e convivem com os surdos), qual é a terminologia correta?

A) Surdo-Mudo.
B) Deficiente auditivo.
C) Portador de necessidades educativas
especiais.
D) Surdo.
E) Pessoa com deficiência


43. Qual é a lei federal que oficializa a Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio legal de comunicação e expressão?

A) Lei Nº 9.394/96.
B) Lei Nº 12095/98.
C) Lei Nº 10436/02.
D) Lei Nº 10048/00.
E) Lei Nº 10095/01.

44. Em que ano surge a presença do tradutor e intérprete de língua de sinais no Brasil?

A) 1980.
B) 1960.
C) 2000.
D) 1990.
E) 2005.

45. Verbos direcionais são verbos que possuem marca de concordância. A direção do movimento, marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto. Assinale a alternativa correta.

A) PERGUNTAR-VOCÊ / PERGUNTAR-EU
B) VIAJAR-VOCÊ / VIAJAR- EU
C) AMAR-VOCÊ / AMAR-EU
D) ANDAR-VOCÊ / ANDAR- EU
E) CORRER-VOCÊ / CORRER-EU


46. Assinale a alternativa INCORRETA.

A) Em Libras, o sinal de TELEFONAR é um sinal icônico.
B) Em Libras, o sinal de CASA é um sinal arbitrário.
C) Em Libras, os sinais de LARANJA e SÁ-BADO formam um par mínimo que se opõem quanto à locação.
D) Ponto de articulação (PA) é a forma que a mão assume durante a realização de um sinal.
E) Alfabeto Manual é a soletração de letras com as mãos

47. A criação do curso Letras/Libras, a distância, na UFSC, com polos em instituições públicas de educação superior, para
formação de tradutor e intérprete, aconteceu no ano de:

A) 2006.
B) 2008.
C) 1998.
D) 2005.
E) 2004

48. Em língua de sinais o ponto de articulação é utilizado para diferenciar a forma assumida pela mão, criando no momento da articulação outro sentido na comunicação. Marque a opção incorreta a essa afirmativa:

a) Distingue uma unidade fonológica.
b) Cria outras unidades fonológicas.
c) Depende da área do corpo para articular o sinal.
d) Dificulta a compreensão do sinal.

49. Em que data foi homologada a lei federal que reconhece a língua brasileira de sinais como língua oficial das comunidades surdas brasileiras?

A) 22 de dezembro de 2005.
B) 26 de setembro de 1998.
C) 24 de abril de 2002.
D) 27 de novembro de 2004.
E) 12 de abril de 2000

50. Assinale a alternativa INCORRETA. O Decreto Federal Nº 5626/05 dispõe sobre:

A) a organização da educação bilíngue no ensino regular.
B) a inclusão da Libras como disciplina curricular.
C) a reabilitação oral e auditiva no turno da escolarização.
D) o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua para alunos surdos.
E) a formação e a certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de
Libras.

51. Nos termos do Decreto 3.298/99, é considerada pessoa portadora de deficiência auditiva aquela com perda bilateral, parcial ou total, de:

A) Quarenta e um decibéis (dB) ou mais;
B) Quarenta decibéis (dB);
C) Trinta e nove decibéis (dB);
D) Trinta e oito decibéis (dB);
E) Trinta e sete decibéis (dB).



52. As línguas de sinais não constituem um sistema linguístico universal. Cada país tem a sua própria língua, produto das condições culturais de cada comunidade, sendo, portanto, uma construção:

A) linguística e cultural.
B) cultural e social.
C) histórica e social.
D) histórica e cultural.
E) linguística e social.

53. São preceitos éticos do interprete para realizar a interpretação da língua falada e para a língua sinalizada e vice-versa:


A) Confiabilidade e parcialidade;
B) Fidelidade e imparcialidade;
C) Descrição e parcialidade;
D) Parcialidade e distância profissional;
E) Todas as opções estão incorretas.

Escola Bilíngue para Surdos Parte 3-5

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Estrutura Gramatical da LIBRAS por Ronice Muller de Quadros



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