Deputados distritais de diversos
partidos assumiram, na manhã desta quarta-feira (26), o compromisso de aprovar
até o final do ano a criação de uma escola pública integral bilíngue que tenha
a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como o primeiro idioma e, ao mesmo
tempo, ensine o português escrito.
A garantia manifestada durante
sessão solene, no plenário da Câmara Legislativa, requerida pelo deputado
Robério Negreiros (PMDB), para comemorar o Dia Nacional do Surdo. "Mais de
5 milhões de pessoas surdas ou com problemas auditivos vivem em silêncio no
nosso País. São cidadãos que cumprem os seus deveres, mas são tratados com
preconceito pelos que pregam a normalidade física", afirmou o parlamentar
na abertura do evento, defendendo a inclusão da Libras como matéria obrigatória
nas escolas.
O Projeto de Lei nº 725/2012, de
autoria do deputado Wellington Luís (PPL), que institui a escola bilíngüe será
apreciado no próximo dia 2 de outubro pela Comissão de Educação, Saúde e
Cultura (CESC), para que prossiga em tramitação até chegar ao plenário.
"A comunidade surda de Brasília
merece o nosso respeito e o nosso compromisso", declarou o deputado
Washington Mesquita (PSD), presidente da CESC, presente à solenidade. Ele disse
ainda que irá reivindicar a contratação de intérpretes especializados em
Libras, para acompanhar os trabalhos da Câmara Legislativa.
Essencial – Vários
deputados se revezaram na tribuna para defender o PL nº 725/2012. Prof. Israel
Batista (PEN) lembrou que a matéria apresenta alguns "problemas jurídicos,
mas nada que não possa ser resolvido pela força da comunidade e pela
necessidade da escola bilíngüe, que é fundamental". Também defenderam a
proposição, os deputados Olair Francisco (PT do B); Rôney Nemer (PMDB), e Wasny
de Roure (PT).
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF),
que participou do evento, disse que a implantação da escola é essencial.
"Não é o Estado que vai dizer o que a comunidade surda quer. Temos de
assegurar a igualdade de oportunidades e respeitar a Libras, uma língua
nacional tal como é o português", afirmou.
A professora Heloísa Salles, de
Departamento de Letras, da UnB, disse que há muitos motivos para
valorizar a proposta: "A educação bilíngüe é necessária para que
alcancemos nossos ideais de democracia e desenvolvimento humano, de afirmação
da paz e da fraternidade".
Para o vice-presidente da Associação de
Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada), Wanberson Pricima, que
discursou com auxílio de intérprete, é necessário que haja meios para que os
surdos possam desenvolver suas habilidades: "Vamos colocar em pauta a nossa
integração nas escolas e em todos os locais públicos".
Marco Túlio Alencar – Coordenadoria
de Comunicação Social
Nenhum comentário:
Postar um comentário