terça-feira, 17 de julho de 2012

Ceará tem mais de 2 milhões de pessoas com deficiência

Ceará tem mais de 2 milhões de pessoas com deficiência

Estado tem percentual superior ao índice nacional. Para especialistas, é preciso avançar na garantia de direitos
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O Ceará soma pelo menos 2.340.150 pessoas com deficiência. O número, resultado do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), faz parte de estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que compilou os dados estadual e regional. O trabalho mostra que o percentual da população residente no Estado com algum tipo de deficiência (27,69%) supera os índices nordestino (26,63%) e nacional (23,92%).

Em relação aos demais estados, o Ceará figura em terceiro lugar, atrás de Rio Grande do Norte e Paraíba. A técnica do Ipece Raquel Sales, uma das responsáveis pelo trabalho, frisa serem dados amostrais e preliminares. A pesquisa mostra ainda que a deficiência mais comum entre os brasileiros é a visual (18,76%). No Ceará, a proporção é ainda maior, de 22,15%, o que representa 1.871.784 de pessoas. Além disso, são 6,23% de pessoas que se declararam completamente surdas e 8,08% com completa deficiência motora.

O levantamento, porém, deve ser visto com cautela, cita o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Cedef), Fábio Holanda. “Qualquer pessoa com certo grau de deficiência visual, mas que não comprometa a funcionalidade da visão, acabou sendo considerada como deficiente visual”, pontua.

A titular da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência da Secretaria dos Direitos Humanos de Fortaleza (SDH), Nadja de Pinho Pessoa, cita que, em 2000, data do último levantamento por município, a Capital tinha 293 mil pessoas com deficiência. “A gente sabe que grande percentual está em casa”, comenta.

No Nordeste, ela diz, atrasos em políticas de saúde, por exemplo, podem ser um fator que explique a grande quantidade de pessoas com deficiência. “No Interior, sabe-se que população carece de muitas políticas. É fator que faz crescer número de deficiências no Ceará”, diz.

Nadja comenta que muito mudou nas políticas para pessoa com deficiência nesta gestão, mas ainda é preciso avançar. “A área da política pública está nascendo. A gente só vai ter dimensão maior daqui a alguns anos”. Fábio Holanda também lembra que há muito a avançar. “Falta do Governo um papel mais firme pra cobrar das pessoas que cumpram efetivamente as leis”.

O coordenador do Laboratório de Inclusão, do Governo, João Monteiro, lembra que uma mudança cultural é necessária para incluir as pessoas com deficiência. “A gente não pode admitir que essas pessoas vão envelhecer dentro de casa”, diz.


ENTENDA A NOTÍCIA

O Brasil soma 45.623.910 pessoas com pelo menos uma deficiência. São pessoas com alguma dificuldade de enxergar, locomover-se, ouvir. Gestores e especialistas dizem que muito já mudou, mas é preciso mais.

SERVIÇO
Laboratório de inclusão

Pessoas com deficiência ou vulnerabilidade social que queiram se inserir no mercado de trabalho podem procurar o laboratório, ligado à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS).

Endereço: rua Soriano Albuquerque, 230 – Joaquim Távora

Telefones: (85) 3101 4583 e (85) 3101 2123

Mais informações: labdeinclusao@gmail.com

Trabalho do Ipece

Acesse os dados sobre pessoas com deficiência em:
http://bit.ly/z2XRW2

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