domingo, 26 de maio de 2013

Ceará é o 1º do Nordeste em inscrições no Enem

O Estado é o terceiro do País em inscrições, com mais de 300 mil pedidos para participar do certame
Faltando pouco tempo para o fim das inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que se encerram às 23h59 dessa segunda-feira, o Ceará é destaque no número de inscrições para o concurso, principal via de acesso às instituições públicas de nível superior. Até agora, o Ceará é o primeiro do Nordeste em número de registros.

As provas, usadas para o ingresso do aluno no ensino superior, serão nos dias 26 e 27 de outubro em todos os Estados e no Distrito Federal FOTO: JL ROSA

De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), no último dia 27, o Ceará só perde para São Paulo, que registra o maior número por estado, 809.608, e Minas Gerais, com 564.401 inscritos. O Ceará vem em terceiro lugar, com 393.454, seguido do Rio de Janeiro, com 379.318 candidatos, o que o coloca como primeiro do Nordeste na quantidade de candidatos inscritos para o certame.

Em todo o País, até o dia 24, 5.199.918 estudantes fizeram o cadastramento. O número se aproxima do total do ano passado, 5,8 milhões. A expectativa é ultrapassar os 6 milhões de participantes. As provas serão nos dias 26 e 27 de outubro em todos os Estados e Distrito Federal.

Para o psicólogo e mestre em Educação Marco Aurélio de Patrício, esse número elevado de inscrições se deve aos bons resultados dos estudantes cearenses em concursos nacionais. "O Estado tem se destacado em vários concursos e isso tem aumentado a autoestima dos nossos estudantes. Além disso, os cearenses não consideram um empecilho ter que estudar em outro Estado".

Outro fator que pode influenciar o interesse dos cearenses pelo Enem, na opinião de Marco Aurélio de Patrício, é a condição financeira dos estudantes. "No Ceará, nós temos muitos pobres, e o Enem é a principal porta para as instituições públicas de ensino superior", destaca.

Por acreditar que é possível mudar de vida com o ingresso em uma faculdade, a estudante Ione Nascimento, 21, irá fazer, pela primeira vez, o Enem. "Terminei o ensino médio há três anos, mas nem ligava pra faculdade, queria era trabalhar. Agora estou só estudando, inclusive para concursos públicos", disse.

O técnico em edificações Weyne Tavares irá se submeter ao Enem pela terceira vez, mas pretende mudar a estratégia para conseguir uma vaga no curso de Engenharia Civil. "Antes, estudei sozinho, mas vou me matricular em um cursinho particular".

Inscrições
A inscrição é confirmada apenas após o pagamento da taxa de R$ 35, que pode ser efetuado até o dia 29. Estão isentos os concludentes do ensino médio em 2013, matriculados em escola pública e quem tiver renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio.

Os interessados em fazer a prova devem se inscrever pelo site do Enem. O resultado do exame é usado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de educação superior. O desempenho também é requisito para participar dos programas Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Mais informações: Para inscrições, o Site do Inep éhttp://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricaoEnem/

KELLY GARCIAREPÓRTER

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1271907

sábado, 25 de maio de 2013

O sotaque nordestino em sinais | Tendências | O POVO Online

O sotaque nordestino em sinais | Tendências | O POVO Online

A língua de sinais praticada no Nordeste brasileiro, assim como na língua falada, tem particularidades e expressões regionais que agora estão devidamente catalogadas. Em pesquisa inédita realizada no Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), a especialista em Libras Janice Temoteo, cearense, percorreu os nove estados nordestinos e documentou mais de 4.200 sinais originais. “Trata-se da região com o maior índice de surdos proporcional à população do Brasil”, diz a pesquisadora. O estudo também traz uma inovação metodológica, com a produção de vídeos que facilitaram a catalogação dos novos sinais.

A tese Lexicografia da língua de sinais brasileira do nordeste, além de representar grande contribuição na divulgação dos sinais em âmbito nacional, possui um grande potencial de integração a partir de elementos próprios da cultura regional nordestina. O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Neurolinguística Cognitiva Experimental (Lance), do IP, sob orientação do professor Fernando Capovilla. A pesquisa seguiu o padrão de registro dos sinais do Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Deit-Libras), cuja autoria é do próprio Capovilla e da professora Walkiria Duarte Raphael, também do IP. A obra teve a primeira versão lançada em 2001, e em 2009 foi ampliada com mais sinais, chamando-se Novo Deit-Libras.

Como um dicionário de língua oral, as obras Deit-Libras contêm verbetes de “A a Z”, com o significado de cada expressão, além de apresentarem explicações e ilustrações de como cada um dos sinais deve ser realizado. Não se trata, portanto, apenas de um manual, mas uma obra de referência para todos aqueles que se comunicam em Libras.
 
Verbetes nordestinos
O projeto original do Dicionário foi desenvolvido a partir do contato com os próprios surdos. Consultados pelos professores, eles indicavam quais eram os sinais para cada palavra ou expressão. Por uma questão de logística, a primeira versão da obra, desenvolvida no Lance, valeu-se apenas da colaboração de surdos da região de São Paulo, mais acessíveis aos pesquisadores da USP.

“Como cearense, nordestina, apesar de admirar muito a qualidade do Deit-Libras, senti falta da representação do Nordeste no livro”, explica Janice. A especialista procurou então, com orientação do professor Capovilla, documentar e criar verbetes próprios do Nordeste brasileiro, como “Farol da Barra” (na Bahia) e “baião de dois”, entre outros. Ela contou com a cooperação de 32 surdos espalhados em 15 cidades dos nove estados da região. Ao todo foram captados mais de 10 mil sinais do Nordeste, mas apenas 4.287 foram registrados como exclusivos da região.

Todo o trabalho foi dividido segundo 25 categorias semânticas determinadas por Janice, como “culinária”, “cultura nordestina”, ou “religião”. A partir destas categorias eram reunidos surdos mais familiarizados com certos universos, de maneira a extrair fielmente, da própria experiência de cada um deles, os sinais de cada uma das expressões regionais.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

A pesquisadora esteve em 15 cidades dos nove estados do Nordeste. Colheu expressões com 32 colaboradores surdos. Somou mais de 10 mil sinais, mas registrou 4.287. Dividiu o trabalho em 25 categorias semânticas 

PATATIVA DO ASSARÉ

Veja como o poeta é identificado em Libras: Nas ilustrações acima, mãos horizontais fechadas, palma a palma, dedos indicadores e polegares distendidos e curvados, acima da cabeça. Baixar a mão e tocar as laterais da cabeça. Em seguida, mão vertical fechada, palma para a esquerda, dedos indicador e polegar distendidos e curvados, tocando ao redor do olho. Olhos quase fechados e sobrancelhas franzidas; Abaixo, o nome letra a letra. 

domingo, 19 de maio de 2013

O caminho para eternidade

Menino autista desacreditado por médicos é cotado para prêmio Nobel


Menino autista desacreditado por médicos é cotado para prêmio Nobel


Aos dois anos de idade, o jovem americano Jacob Barnett foi diagnosticado com autismo, e o prognóstico era ruim: especialistas diziam a sua mãe que ele provavelmente não conseguiria aprender a ler ou sequer a amarrar seus sapatos.
Mas Jacob acabou indo muito além. Aos 14 anos, o adolescente estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais ganhadores de futuros prêmios Nobel.
O caminho trilhado, no entanto, nem sempre foi fácil. Kristine Barnett, mãe de Jacob diz que quando criança, ele quase não falava e ela tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo.
“(Após ser diagnosticado), Jacob foi colocado em um programa especial (de aprendizagem). Com quase 4 anos de idade, ele fazia horas de terapia para tentar desenvolver suas habilidades e voltar a falar”, relembra.
“Mas percebi que, fora da terapia, ele fazia coisas extraordinárias. Criava mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares em que havíamos estado. Recitava o alfabeto de trás para frente e falava quatro línguas.”
Jacob diz ter poucas memórias dessa época, mas acha que o que estava representando com tudo isso eram padrões matemáticos. “Para mim, eram pequenos padrões interessantes.”

Estrelas

Certa vez, Kristine levou Jacob para um passeio no campo, e os dois deitaram no capô do carro para observar as estrelas. Foi um momento impactante para ele.
Meses depois, em uma visita a um planetário local, um professor perguntou à plateia coisas relacionadas a tamanhos de planetas e às luas que gravitavam ao redor. Para a surpresa de Kristine, o pequeno Jacob, com 4 anos incompletos, levantou a mão para responder. Foi quando teve certeza de que seu filho tinha uma inteligência fora do comum.
Alguns especialistas dizem, hoje, que o QI do jovem é superior ao de Albert Einstein.
Jacob começou a desenvolver teorias sobre astrofísica aos 9 anos. No livro The Spark (A Faísca, em tradução livre), que narra a história de Jacob, ela conta que buscou aconselhamento de um famoso astrofísico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que disse a ela que as teorias do filho eram não apenas originais como também poderiam colocá-lo na fila por um prêmio Nobel.
Dois anos depois, quando Jacob estava com 11 anos, ele entrou na universidade, onde faz pesquisas avançadas em física quântica.
Questionada pela rede BBC que conselhos daria a pais de crianças autistas – considerando que nem todas serão especialistas em física quântica -, Kristine diz acreditar que “toda criança tem algum dom especial, a despeito de suas diferenças”.
“No caso de Jacob, precisamos encontrar isso e nos sintonizar nisso. (O que sugiro) é cercar as crianças de coisas que elas gostem, seja isso artes ou música, por exemplo.”

sábado, 11 de maio de 2013

Deficiente tem isenção de imposto no carro zero



Lei federal garante descontos de IPI e ICMS para portadores de necessidades especiais, mas poucos conhecem benefício


Apesar de possível há um bom tempo, ainda é pequeno o número de deficientes físicos ou intelectuais que se valham da chance de adquirir um carro novo com descontos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). Além de um benefício, o abate no preço do carro funciona como estímulo para vender mais. No entanto, na prática acaba sendo uma compensação se considerados alguns custos com adaptações.

O funcionário público Rodrigo Nélio Gongora possui um problema de má formação no braço direito. Desde 1999, ele utiliza o recurso para abater o IPI e o ICMS na aquisição de carros novos. Ele já comprou quatro modelos da Toyota nesse período. Mais precisamente do Corolla. Quem possui alguma deficiência normalmente precisa dirigir veículos com câmbio automático. O que na sua situação é essencial.

%u2018%u2018Mas em alguns casos o gasto com a adaptação acaba saindo o valor do desconto. Em alguns casos compensa, mas em outros funciona mais como abatimento, uma compensa-ção%u2019%u2019, analisa ele, que precisou colocar no lado esquerdo um botão que substitui as setas do direito. A adaptação custou R$ 3 mil.

Gongora acha o processo burocrático demais. Falta estrutura na hora de tirar laudos. O deficiente tem que se deslocar até Curitiba. Sem contar que a carteira de habilitação é especial. No caso das liberações na Receita Federal que abate o IPI e na Receita Estadual, onde se consegue o desconto no ICMS que deve ser em São Paulo, cada trâmite chega a durar dois meses, em média.

Ele comprou o primeiro carro em 1999. Na época, teve que tirar a CNH na capital, pois não havia autoescolas com carros de câmbio automático em Londrina. O problema é o mesmo na hora de tirar o laudo que atesta a deficiência. %u2018%u2018Houve uma época que descentralizaram e podia fazer aqui. Mas sem motivo aparente mudaram outra vez para Curitiba. É um transtorno ter que sair daqui e ficar dias lá%u2019%u2019, reclama.

Com o laudo médico do Detran em mãos, conseguir liberação de documentos na Receita Federal e Estadual se torna uma via sacra. Mas hoje em dia é possível contar com assessoria em concessionárias que já destinam pessoal e até departamentos para atender clientes com deficiência.

Segundo o operador de vendas diretas da Marajó Automóveis, Eraldo Henrique de Melo, todo deficiente habilitado possui uma especificação na carteira que exige o carro adaptado. %u2018%u2018É como o motorista que usa lentes corretivas. Se for pego numa blitz sem óculos ele será multado%u2019%u2019, exemplifica.

Ele acredita que os deficientes utilizam muito pouco o recurso. No caso de pais que possuem filhos com deficiência intelectual e problemas de formação nos órgãos, a falta de informação é ainda maior. %u2018%u2018Muitos possuem o direito de requerer nem que seja o IPI, mas não sabem%u2019%u2019, aponta.

Lei

A isenção do IPI é amparada pela Lei Federal 8989, de 1995. Já o ICMS depende de um acordo que anualmente é revisto pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), uma vez que cada Estado possui uma legislação específica para o ICMS.

http://www.vrum.com.br/app/307,19/2011/02/03/interna_noticias,42999/deficiente-tem-isencao-de-imposto-no-carro-zero.shtml