segunda-feira, 26 de março de 2012

Orígens do gestuno

O gestuno é a língua de sinais internacional; é uma língua inventada que difundiu a Federação mundial de surdos em 1951. Em 1973, um comité criou um sistema standard de sinais internacionais. Trataram de eleger os sinais que melhor se entendiam de várias línguas de sinais, para criar uma língua fácil de aprender.
A comisão publicou um livro com uns 1500 sinais. Não tinha uma gramática concreta, pelo que muitos dizem que não é uma língua real.
O nome vem do italiano e significa: união das línguas de sinais. Alguns surdos utilizaram esta língua nos Jogos Mundiais para surdos, a Conferência de surdos e o Festival de Washington DC, mas obviando estas situações seu uso é muito reduzido.
A necessidade de comunicar-se é universal. Para as pessoas surdas a necessidade de comunicação vai unida aos sinais, por isso existem tantas línguas de sinais no mundo como línguas orais, cada uma delas tem um "acento" ou uns dialeétos. Cada língua de sinais é um reflexo do passado, a cultura na que se desenvolveu e os costumes de sua sociedade.
O que você faria se quizer que lhe entendam pessoas surdas de cada canto do mundo? Pois criar uma língua de sinais internacional que todos possam aprender e entender.
Em 1951 em uma reunião da Federação mundial de surdos, se discutiu a idéia de unificar as línguas de sinais (www.handspeak.com) Se deram conta que ter centenas de intérpretes em cada envento não era viável. Assim que no ano de 73 se nomeou ao comité que criaría e estandarização a língua de sinais internacional. a comisão de umificação de sinais escribiou um libro con umos 1500 sinais, que eran, o escogidos de otras línguas de sinais, ou inventados, a esta língua se chamou gestuno. O nome é italiano e quer dizer algo assim como: unidade das línguas de sinais.
Na Federação Mundial do surdo tem duas línguas oficiais: inglês e francês, e todos os seus documentos e correspondência se escreve nestes idiomas. O gestuno se utiliza dentro da oficina e nas assembleias gerais, ainda que não se sabe a ciência certa se todos conhecem esta língua. Dentro da oficina o uso do gestuno também está limitado. Os membros com um conhecimento amplo são capazes de expressar principios muito concretos e idáias abstratas. O gestuno se segue utilizando nos Jogos Mundiais para surdos, na Conferência de surdos e no Festival de Washington, mas a parte destas atividades seu uso é muito restringido.
A idéia de criar uma língua de sinais unificada não foi tão prolífica como esperava a Comisão, o mesmo passou com o esperanto. Não houveram muitas pessoas capazes de aprender esta nova língua. E com os dispositivos de tradução tão desenvolvidos que existem hoje em dia e a profissionalidade dos tradutores internacionais, quem iria querer estudar uma língua inventada?

http://www.alfabetosurdo.com/ptsign/gestunoorigins.asp

História de la língua de sinais

História de la língua de sinais

A comunidade surda de todo o mundo desenvolveu uma linguagem visual. A língua de sinais que se utiliza nos EEUU é uma mistura de sinais que se levaram da França no s. XIX. Alguns sinais ainda esão vigentes neste país. Como naquela época não existía uma língua de sinais estandarizada se levaram os sinais locais e franceses e juntos criaram a língua de sinais estadounidense, que hoje em dia está considerada uma das línguas mais refinadas e completas do mundo. Ainda que os indios americanos utilizam sinais para comunicar-se entre diferentes tribos, não parece que isto teve muita influência na língua de sinais, que evoluiu com as pessoas surdas.
O Dr. Mason Cogsewell se interessou na comunicação com os surdos, desde que sua própria filha -Alice- se tornou surda; um joven ministro Dr. Thomas Hopkins Gallaudet, graduado na Universidade de Yale, lhe ensinou uma base experimental sobre a língua de sinais. Como resultado se enviou ao Dr. Gallaudet a investigar métodos no exterior, estes métodos foram mais tarde utilizados na Inglaterra. Em Londres, Gallaudet conheceu a Abbe Sicard, quem lhe convidou para ir a París para conhecer sua escola que havia sido fundada em 1755. Abbe, quem acreditou e inventou a língua de sinais, escreveu um livro no qual falava sobre a língua de sinais e seu método educativo para surdos. Depois de que o Dr. Gallaudet passsou vários meses estudando os métodos educativos e os sinais, estava preparado para voltar aos Estados Unidos. Lhe acompanhava um professor joven e surdo, o francês Laurent Clerc, quem havia demonstrado ser muito profissional e aceitou ajudar na futura escola estadounidense. A primeira escola permanente de surdos se criou em Hartford, Connecticut em 1817. Alguns anos mais tarde, depois de que se criaram várias escolas por todo os EEUU, pensou em criar uma universidade. Este sonho ele compartiu com seu filho, Edward Miner Gallaudet, quem foi responsavel de criar a Universidade Gallaudet, a primeira e a única universidade para surdos, localizada em Washington, o presidente Lincoln assinou o estatuto da Universidade em 1864.
O alfabeto datilológico, o uso das mão para soletrar, se considera um elemento histórico de comunicação manual. A posição dos dedos das mãos representa, em certa maneira, a forma das letras do alfabeto. Se encontraram ilustrações sobre alfabetos manuais de princípios da era cristiana. As bíblias em latim do século X mostram desenhos das posições das mãos e se sabe que as pessoas que viviam na clausura utilizavam o alfabeto datilológico como forma de comunicação. A maioria dos países europeos utilizam um alfabeto que requer o uso das duas mãos. Hoje em dia cada país tem seu alfabeto manual, que só entendem os falantes dessa língua.
Os sinais representam idéias e não palavras individuais. Muitos sinais são simbólicos, quer dizer, que utilizam uma imagem visual para expressar uma idéia. O exemplo mais claro desta categoría são os animais: a galhada do cervo, a trompa do elefante, as orelhas do burro, a barba e os cornos da cabra, etc. Alguns sinais também se representam realizando uma ação, isto passa com o leite, o café, o amor ou o crescimento. Exisrem outros sinais que sao arbitrários e nao se sabe o por que de suas formações. É interessante relatar que muitos sinais nao variaram desde a sua criação, ainda que a conexao com sua origem foi perdida. Por exemplo o signo para "tostar" se representa colocando um garfo no pao para poder aproximar-lo ao fogo, houveram muitas tentativas de variar este sinal para adaptar-lo aos tempos moderno, mas as tentativas nao deu resultado. O sinal original para os surdos se realizava apontando primeiro a orelha e depois a bouca, para relacionar os términos surdo-mudo. Ainda que este sinal também sufreu mudanças e agora se realiza só apontando a orelha, muitos surdos seguem utilizando o antiguo.
Muitas pessoas se perguntam se a língua de sinais é ou nao universal. A resposta é nao, todos os países desenvolveram suas próprias línguas de sinais e éstas têm um nível de estandarização dentro do país. Nos últimos anos se criou uma língua de sinais universal que se conhece como gestuno. O gestuno se utilizou nos jogos olímpicos para surdos e outros eventos internacionais. As pessoas que sabem a língua de sinais acreditam que é mais fácil atravesar as barreiras lingüísticas comunicando-se com uma pessoa surda mediante língua de sinais que com um falante em língua oral. Na atualidade a língua de sinais está ganhando prestígio e algumas univesidades oferecem créditos por fazer cursos de língua de sinais; algumas inclusive aceitam os títulos avançados de língua de sinais para cobrir os apartados de línguas extranjeiras. Algumas pessoas consideram a língua de sinais como uma arte e a compania de teatro de surdos está realizando várias representações nesta língua, com a idéia de apresentar ao mundo a língua e a realidade dos surdos. Também se representa a interpretação em língua de sinais da música, da beleza das letras, da emoção e o ritmo da música. Tanto os surdos como os ouvintes podem disfrutar desta experiência a través da comunicação da língua de sinais; isto torna possível compartilhar muitas coisas e aprender uns dos outros.


http://www.alfabetosurdo.com/ptsign/history.asp

sábado, 17 de março de 2012

Animais são adotados para trabalhar como cães guia em SP

Trinta e dois cães das raças labrador e golden retrivier foram adotados pelo Sesi São Paulo para servir famílias como cães guia. Veja como funciona o projeto.

http://noticias.r7.com/videos/animais-sao-adotados-para-trabalhar-como-caes-guia-em-sp/idmedia/4e13467e3d14843e6e3f8b98.html

Crianças surdas recebem ajuda de cães guia na Grã-Bretanha

Uma instituição de caridade britânica iniciou um projeto piloto para fornecer cães guia para crianças com problemas de audição.
No último ano, a instituição Cães Guia para Surdos deu 12 destes cães para crianças. Uma delas foi James Cheung, um menino de 11 anos com dificuldades de audição.

O cão de James é o labrador Kurt, que o alerta quando ele precisa acordar de manhã, quando sua mãe o chama e em situações de perigo, como quando um alarme de incêndio dispara.

Kurt foi treinado para responder a certos sons e ordens.

Segundo a família de James, seu comportamento mudou após a chegada do animal.

Ele está mais independente e confiante e desenvolveu um ótimo relacionamento com o cão.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2012/03/120305_caes_guias_surdos_fn.shtml

Projeto treina cachorros para conduzir deficientes visuais

No Brasil o número de cães-guia ainda é pequeno, para tentar reverter esse quadro, o Sesi tem um projeto que treina cachorros para conduzir deficientes visuais.Veja!

http://noticias.r7.com/videos/projeto-treina-cachorros-para-conduzir-deficientes-visuais/idmedia/4f61fea6fc9b699f98d3b7e8.html

sexta-feira, 16 de março de 2012

O que é a surdo-cegueira


O termo surdo-cego designa as pessoas afetadas por deficiências de visão e audição simultaneamente, em que um desses sentidos não pode substituir o outro

O portador de surdo-cegueira não pode ser assemelhado nem a um surdo nem a um cego, pois constitui um caso bastante particular. São distinguíveis quatro graus de surdo-cegueira:


  • existência de um resíduo auditivo e de um resíduo visual

  • surdez total e resíduo visual

  • resíduo auditivo e cegueira total

  • surdez e cegueira totais

Quais são as principais causas da surdo-cegueira?



O grupo mais numeroso de surdocegos é composto por pessoas com 65 anos ou ainda mais idosas, que adquiriram a deficiência sensorial tardiamente. As causas da surdo-cegueira podem ser acidentes graves; a condição genética do síndrome de Usher (as manifestações clínicas desta síndrome incluem a surdez, que se manifesta logo no início da vida e a perda visual que ocorre, geralmente, mais tarde) e surdo-cegueira congênita resultante de doenças como a rubéola ou de nascimentos prematuros.

Como se comunica um portador de surdo-cegueira?


Os surdo-cegos possuem diversas formas para se comunicar com as outras pessoas. A LIBRAS, Língua Brasileira de Sinais, desenvolvida para a educação dos portadores de deficiência auditiva, pode ser adaptada aos surdo-cegos utilizando-se o tato. Colocando a mão sobre a boca e o pescoço de um intérprete, o portador de surdo-cegueira pode sentir a vibração de sua voz e entender o que está sendo dito, esse método de comunicação é chamado de tadoma. Também é possível para o surdo-cego escrever na mão de seu intérprete utilizando um alfabeto manual ou redigir suas mensagens em sistema braille, língua formada de pontos em relevo criada para a comunicação dos portadores de deficiência visual. Existe ainda o alfabeto moon, que substitui as letras por desenhos em relevo e o sistema pictográfico, que usa símbolos e figuras para designar os objetos e ações.



Língua de Sinais - Método criado no século XVIII pelo abade Michel de L'Epée, o primeiro a considerar a linguagem gestual como a língua natural dos surdos. Consiste em uma forma de comunicação construída no espaço através de movimentos das mãos em diferentes configurações e pontos de contato no corpo.

Alfabeto manual - A invenção do alfabeto manual ou alfabeto datilológico é atribuída a alguns monges da Idade Média que fizeram o voto de silêncio. Estruturado e adotado oficialmente na França, no Século XVIII, para a educação do surdo, foi mais tarde adaptado para o surdo-cego por educadores ingleses e americanos. Consiste em fazer, com a mão direita, um sistema de signos sobre a palma do interlocutor. São variados os códigos adotados nesse procedimento; a forma mais usual é aquela onde cada letra é representada pelas diferentes posições dos dedos e da mão.

Tadoma - Método de linguagem receptiva onde a pessoa surda-cega, através do tato, decodifica a fala do seu interlocutor. Consiste em colocar a mão no rosto do locutor de tal forma que o polegar toque, suavemente, seu lábio inferior e os outros dedos pressionem, levemente, as cordas vocais. Este procedimento possibilita a interpretação da emissão dos sons através do movimento dos lábios e da vibração das cordas vocais.

Sistema Braille - Sistema de escrita e leitura tátil criado por Louis Braille, em 1824. Ainda aluno da "Instituition des Jeunes Aveugles", em Paris, o jovem cego Louis inspirado na "grafia sonora", idealizada pelo Capitão de Artilharia Carlos Barbier de la Serre, inventou o Sistema, ainda hoje utilizado, com pequenas modificações, em todo o mundo. Consiste no arranjo de seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas de três pontos. As diferentes posições desses seis pontos permitem a representação de todas as letras do alfabeto, dos sinais de pontuação, dos símbolos da matemática, da música e outros.

Leia mais em http://www.ibcnet.org.br/Paginas/Cegueira/Cegueira_05.htm

Como se comunicar com um portador de surdocegueira?



  1. Ao aproximar-se de um surdocego deixe que ele perceba sua presença com um simples toque.

  2. Qualquer que seja o meio de comunicação adotado faça-o gentilmente.

  3. Combine com ele um sinal para que ele o identifique.

  4. Aprenda e use o método de comunicação que ele souber, mesmo que elementar.

  5. Se houver um método mais adequado que lhe possa ser útil, ajude-o a aprender.

  6. Tenha a certeza de que ele o está percebendo.

  7. Encoraje-o a usar a fala se ele conseguir, mesmo que ele saiba apenas algumas palavras.

  8. Se estiverem outras pessoas presentes, avise-o quando for apropriado para ele falar.

  9. Avise-o sempre do que o rodeia.

  10. Informe-o quando sair, mesmo que seja por um curto espaço de tempo. Assegure-se que fica confortável e em segurança. Se ele precisar de algo para se apoiar durante a sua ausência, coloque a mão dele no que servirá de apoio. Nunca o deixe sozinho num ambiente que não lhe seja familiar.

  11. Mantenha-se próximo dele para que ele se aperceba da sua presença.

  12. Ao andar deixe-o apoiar-se no braço, nunca o empurre à sua frente.

  13. Utilize sinais simples para o avisar da presença de escadas, uma porta ou um carro.

  14. Um surdocego que esteja a apoiar-se no seu braço perceberá qualquer mudança no seu andar.

  15. Escreva devagar na palma da mão do surdocego utilizando as letras de forma do alfabeto manual.

http://saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=1659


Dr.Jan Van Dijk


Um pouco de história pelo Dr.Jan Van Dijk





Sou considerado como o Padrinho da inclusão dos Calendários na prática educacional de crianças surdocegas. Se este é o caso, então recordo exatamente o tempo quando a idéia nasceu. Há 40 anos atrás, quando eu era um jovem professor, tentando duramente conseguir que uma menina surdocega respondesse. O Padre van Uden, renomado neste tempo por seu “método de conversação” com crianças surdas, observou meus esforços e fez um comentário: “Tente começar um diálogo com a menina”. Eu respondi: “Como posso fazer isto, quando minha menina quase não é consciente de seu passado e de seu futuro, não há nada que nós compartilhemos e deque possamos falar”. Pouco tempo depois tivemos uma reunião familiar e notei que as conversações mais animadas ocorreram quando velhos álbuns de fotos foram trazidos para a mesa. Isto fez “o passado” tão presente e se discutiram idéias de como “o futuro” seria diferente. Eu fui a uma loja que tinha gravatas em um mostruário, o qual podia ser girado. Consegui um e fixei cartões na barra de ferro, um para cada dia da semana. Objetos ou parte de objetos que eram de interesse para minha aluna foram fixados a um cartão. Recordo como se fosse ontem minha excitação quando, depois de umas semanas, minha aluna girou um dos cartões que tinha um pedaço de cortina colado. Entendi imediatamente, ela desejava ir e parar próxima da janela, quando pode sentir a brisa! Estava tão contente que sua expressão tinha sido entendida, que Joyce aprendeu nesta mesma semana seu primeiro sinal para abrir a janela. E o Padre van Uden nos enviou um bolo! Quarenta anos depois, Robbie Blaha escreveu seu livro “Calendários para alunos com múltipla deficiência incluindo surdocegueira”. Eu devo enviar um carregamento de guloseimas para ela e seus colaboradores. Que maravilhoso guia prático para todos os educadores de crianças surdocegas. As idéias teóricas que estão por detrás do uso do calendário que foram difundidas por mim e outras pessoas durante anos, foram feitas de forma acessível e muito sistemática para todos “Para quem quiser iniciar uma conversação com uma pessoa surdocega”. Na educação especial muitas idéias que inicialmente eram muito promissoras, tem desaparecido ao longo dos anos. O uso de CALENDÁRIOS está estendendo-se rapidamente, porque o sistema tem grandes méritos para ambos: para o indivíduo surdocego e seu educador .Proporciona amplas oportunidades de “compartilhar o mundo” com pessoas com deficiências sensoriais múltiplas. Reforça a conversação comum aluno em um nível básico de desenvolvimento, e também para os indivíduos que têm alcançado o nível de simbolização. Assim, penso que amaior fortaleza do SISTEMA DE CALENDÁRIO é que ele é um “Sistema Aberto”. Pode adaptar-se às necessidades da pessoa. Pode ser usado, como Robbie coloca muito claramente, no lar pelos pais ou como nós ousamos agora, nos lugares de trabalho para os surdocegos ou também emlares de idosos com perdas visuais e auditivas. Jan Van Dijk, Ph. D.Sint-Michielsgestel, Paises Baixos

Reconhecimentos





quarta-feira, 14 de março de 2012

SUPERAÇÃO

vídeo produzido para trabalho acadêmico da disciplina de órtese e prótese do curso de Fisioterapia. Mostra a força e a superação de pessoas que não sabem o que é a palavra limites... verdadeiros vencedores...

http://www.youtube.com/watch?v=2TniO96pulY&feature=share

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ministério de Surdos transforma vidas por meio da transmissão do evangelho em libras
Ivan Machado, líder do Ministério de Surdos da Videira, gesticula com um dos surdos, enquanto fala baixinho “eu dou uma pra ele” e me explica o que estão conversando. “Ele disse que o filho dele está triste porque queria ganhar uma bíblia, mas o pastor não fez o apelo no fim do culto.” É quando me chama para sentar junto aos surdos em um grande círculo de cadeiras, onde ocorria uma reunião pós-culto para debater e tirar dúvidas sobre o culto que eles haviam acabado de assistir. “Se apresente”, diz Ivan. Sem saber o que fazer, olho para ele que diz. “Eu vou interpretar, pode falar.” Ao me apresentar e explicar o porquê de eu estar ali, sou recebido de maneira muito calorosa e percebo uma certa empolgação por parte de todos.

Quando começo a perguntar sobre o Ministério de Surdos, Ivan explica: “Hoje, na realidade, nós temos um Ministério de educação especial, por exemplo, já recebemos aqui surdos cegos. Temos muitos membros que não são apenas surdos, recebemos também muitos surdos que têm outros tipos de deficiência. Então, na realidade, não é um departamento de surdos, é um departamento de educação especial.” Explicando que a realidade do Ministério é bem mais complexa.

Pergunto sobre a quantidade de membros do Ministério. “Hoje temos 27 pessoas, mas, por exemplo, eu não trago mais surdos cegos para cá, porque a interpretação para eles tem que ser individual, e eu não tenho intérprete para me ajudar. No começo, tinha o Nilton Câmara, que foi inclusive quem me chamou para montar esse Ministério aqui na Videira, mas já fazem quase dois anos que ele não está mais aqui. Outras pessoas também já passaram por aqui, mas quando eu tô ficando folgado, elas vão para outras igrejas criar o próprio ministério”, diz Ivan Machado. E acrescenta: “Glória a Deus por isso, eu abençôo”, mostrando que, se houvesse uma quantidade maior de pessoas servindo, seria possível alcançar mais pessoas. Contudo, o fato dessas pessoas estarem indo para outras igrejas de Fortaleza amplia a evangelização de surdos, além de criar um vinculo maior entre os vários Ministérios de Surdos da capital e do país.

Durante a conversa, Ivan me apresenta uma moça que estava do lado dele, o nome dela é Sara, nova no ministério, que está em treinamento para ajudar Ivan na interpretação dos cultos. Eu questiono ela: "O que fez você se interessar pelo Ministério?". De maneira muito segura, ela responde. “Eu visitei uma igreja e nesse dia estava ocorrendo um culto que era para surdos e eu não conseguia me comunicar. Naquele momento, vi o quanto eles precisavam que as pessoas conhecessem a sua linguagem, foi quando eu decidi estudar para poder interagir com as pessoas na igreja”, comenta Sara.

Mas em um Ministério com uma circulação tão grande de pessoas, o que não faltam são histórias interessantes. Uma delas me chamou a atenção: a história de Wilson Vieira, que se converteu através do Ministério de Surdos da Videira, onde conheceu Joana, que hoje é sua esposa. “Primeiro eles fizeram o one (curso de noivos), e depois de um ano de casados também fizeram o MMI (Ministério Casados Para Sempre", dispara Ivan, com tom de um pai que se orgulha dos filhos.

Pergunto para Wilson Vieira sobre a importância do Ministério e sobre o que ele sente falta. Wilson é categórico na resposta: “Esse Ministério é muito importante, afinal, são só as pessoas falando e falando, e o surdo? É preciso ter esse Ministério, é preciso ter intérprete, eu amo isso aqui.”

E continua: “Ai fora (no mundo), não existe comunicação, o surdo é deixado de lado, não existe aconselhamento. É através desse ministério que, quando o surdo entra na igreja pela primeira vez, e vê o intérprete, ele se sente amado, passa a se sentir igual ao ouvinte (e, na realidade, são iguais – grifo do autor). Bom, trabalhar com surdo não é fácil, trabalhar com surdo é difícil, eu sou surdo e sei (risos). No entanto, faltam pessoas para servir. Nós sonhamos que muitas pessoas possam aprender libras e venham servir com a gente, porque muitos ainda não sabem se comunicar conosco. Sonhamos ter uma interação maior com toda a igreja”, conclui Wilson.

CENTRAE

A Empresa

A CENTRAE (Centro Técnico de Referência em Acessibilidade e Eventos) Tem a missão de valorizar o segmento das pessoas com deficiência, bem como estimulá-los a obterem condições satisfatórias de desempenho e melhorias da qualidade de vida social e profissional. Promove para o segmento da pessoa com deficiência, empresas, e órgãos públicos, eventos e dá suporte em diversas ações como: Palestras de sensibilização, áudio-descrição, tradução/interpretação em LIBRAS, treinamentos e capacitações, camarotes e eventos acessíveis levando informações inclusivas e dando visibilidade para o segmento.
1. Justificativa
A acessibilidade é um direito básico de todo cidadão, por isso se faz necessário ações que garantam a todos na sociedade o exercício dos seus direitos, criando oportunidades de integração e participação social. Para maximizar a produtividade em suas atividades diárias é necessário que tenham acesso as melhores condições possíveis. Com esse acesso, é indispensável um processo de adaptação adequado, bem como a integração e acompanhamento eficaz. Quando há tal preocupação por parte dos espaços públicos e privados, os órgãos cumprem tais leis:
- Lei nº 7.853, de 24 de Outubro de 1989
Dispõe que o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE.
- Lei nº 10.098, de 19 de Dezembro de 2000
Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências.
-Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002
Dispõe da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS)

 

http://www.facebook.com/centrae?ref=nf